O casal Fernando e Judith era muito conhecido por todos em Alfredo Wagner e nós vamos conhecer um pouco mais sobre eles, que não eram naturais de nossa cidade, mas que deixaram o seu nome marcado em nossa história.
Fernando Joaquim Figueiredo nasceu em 19 de dezembro de 1918, na cidade de Orleans. Ele era filho de Joaquim Sabino de Figueiredo, que era o delegado da cidade, e Zulmira Figueiredo, que era doméstica.
Judith era natural de Taquaras, nascida em 05 de setembro de 1922. A menina era filha de Alex Krautz, que era romeno e veio para o Brasil aos 14 anos, e Maria Emilia Wagner Kratz, descendente de alemães que se estabeleceram em uma das colônias de Rancho Queimado após chegarem da Alemanha.
Fernando teve uma infância e adolescência difícil, pois o pai abandonou a família quando ele tinha apenas 14 anos, fazendo com que ele assumisse muitas responsabilidades para ajudar a criar os irmãos mais novos. Ele começou a trabalhar muito cedo, na cidade de Lauro Muller. Aos 17 anos, buscando novas oportunidade de vida, se mudou para Alfredo Wagner, para trabalhar com o seu Lão — avô do Doutor Carlos Souza — em seu armazém, onde vendia mel, cera, batata, feijão etc.
Judith também era de família pobre, como a maioria das famílias dos imigrantes que vieram para essa região de Santa Catarina, e quando jovem morou com sua tia Matilde — conhecida pelo apelido de Lula, na cidade de Anitápolis, cidade para onde sua família tinha se mudado.
Judith tinha uma tia que morava em Alfredo Wagner, a tia Lala, e foi em uma dessas visitas à casa da tia que ela conheceu Fernando. O casal logo se apaixonou e Fernando nem achava difícil passar um dia inteiro em cima do cavalo, atravessando os Campos do Maracujá, para ir visitar a amada em Anitápolis. O namoro logo se tornou casamento. Eles casaram-se no dia 01 de maio de 1942, em Anitápolis.
O casal iniciou a vida na cidade vizinha, lá eles tinham uma venda e um açougue, mas logo se mudaram para Alfredo Wagner, indo morar no Passo da Limeira. Eles trabalhavam em uma olaria que pertencia à irmã de Fernando.
Na década de 60, eles saíram do Passo da Limeira e vieram morar no centro de Alfredo Wagner, onde montaram um hotel. O Hotel Central — que ficava onde hoje se encontra a farmácia Farmavida — ficou em funcionamento por seis anos, após o fechamento, se mudaram para o bairro Estreito.
Além de todo o trabalho na agricultura e no hotel, Judith foi costureira e a primeira funcionária do Posto de Saúde, trabalhou até os 75 anos, quando se aposentou, iniciando como uma funcionária que fazia de tudo um pouco, mas depois recebendo o posto de vacinadora.
Após o fechamento do hotel, a família investiu em uma padaria e foi lá que seu Fernando sofreu um acidente que o fez amputar um dedo e se aposentar. Foi no dia do casamento de um dos seus filhos, ele cilindrava a massa e sua mão ficou pressa na máquina. Foi um grande susto, mas ao final tudo ficou bem e ele conseguiu, depois de amputar o dedo, ir para a igreja assistir ao casamento e depois retornar para o hospital.
O casal é muito lembrado pelos netos. Eles contam que a vó Judith fazia roupas de bonecas, aventais para as netas e gostava de esconder chocolates só para ver seus netos procurarem. Na época de Páscoa, ela adorava fazer casquinha para os netos e com capricho fazia trancinhas de papel crepom para enfeitá-las. Fernando gostava de brincar de tabuleiro com alguns netos e levá-los para ajudá-lo no quintal, ajudando-o a plantar verduras. Mas o momento mais esperado era quando o vô descava cana-de-açúcar para eles chuparem.
Além de se entreterem com os netos, o casal depois de aposentados tinha como hobby ir aos bailes da terceira idade para dançar, o que era uma paixão de ambos. E Judith também gostava de fazer pinturas em panos de louça e crochês. Eles também faziam parte do coral municipal, eram muito católicos, não perdiam uma missa e sentiam muito prazer em cantar com o maestro Acácio Santana.
Judith era uma cozinheira de mão cheia, seus filhos e netos herdaram esse dom, hoje parte da família trabalha junta em uma empresa “Eventos Gastronômicos Família Figueiredo” que realiza a parte gastronômica de diversos eventos em Alfredo Wagner e região.
A matriarca morreu no dia 14 de janeiro de 2008 de câncer, aos 85 anos de idade. Seu Fernando sentia muitas saudades da esposa e acabou sofrendo um AVC em 2009 e veio a falecer no dia 22 de julho do mesmo ano.
O casal teve sete filhos, 18 netos, 16 bisnetos e 2 tataranetos.
Muitos bisnetos e tataranetos não chegaram a conhecer Fernando e Judith, mas a família trata de manter viva a sua história, sempre contando a eles o orgulho de serem descendentes desse casal trabalhador, belo e feliz.
Informações repassadas por:
Maria Emília Figueiredo
Maria Dulce Figueiredo
Alfredo Figueiredo Branger
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