Essa era nossa prova de fogo...
Desde o ano passado ouvíamos dos meninos sobre o
quão difícil e recompensador havia sido ir de bicicleta até a Angelina na
páscoa do ano passado. E desde fevereiro Pamela e eu estavamos nos “preparando”
para o dia em que iriamos percorrer os quilômetros que separavam Alfredo Wagner
de Angelina e, o dia chegou.
Na sexta (14) nos reunimos as 7hs na Padaria Doce
Sabor e seguimos rumo a BR 282, em um clima de alegria e descontração. A
primeira parte foi tranquila e como é um trecho que estamos habituados, foi
tranquila, mas logo chegou a subida do paredão do Quebra Dente que exigiu
força, seguido por parte da subida da Boa Vista, que foi extenuante.
Deixamos a BR e entramos no Mato Francês, já no município
de Rancho Queimado.
A localidade de Mato Francês, de enorme extensão (as
terras vão da Boa Vista até Taquaras), deve seu nome à presença de uma imigrante
francês que requereu essas terras e se instalou ali na segunda metade do século
XIX com sua mulher.
Hoje o Mato Frances é o verdadeiro celeiro do município
de Rancho Queimado, cultivando hortaliças, principalmente tomates, cebola e
muito morango. Conta também com uma fábrica de laticínios.
Lá descemos um morro imenso com cerca de 2km de
extensão. Foi muito divertido ver a alegria de todos em estar andando novamente
por onde mais gostamos, pelas estradas de chão dos interiores. Lá Lekinha quase
voou em uma ponte quebrada.
Fizemos uma pequena parada em um boteco na beira da
estrada, onde um senhor muito simpático nos pagou uma coca e aproveitamos para
comer ovos cozidos – isso mesmo aqueles em vidrão de conserva e, pirem, estava
uma delícia. Seguimos e as subidas começaram, nos levando até Taquaras.
Taquaras era na sua origem a última linha colonial
a se ampliar da colônia de Santa Isabel. Essa linha foi fundada em 1862, às
margens do caminho das tropas. Deve seu nome à presença de um tipo de bambu, a
taquara.
Pouco adiante da casa de Hercílio Luz está o mais
charmoso posto de combustíveis que se pode encontrar pelas estradas, ruas e
avenidas desta e de muitas outras regiões. É o posto Teófilo Shutz, montado na
década de 1940 as margens da estrada que ligava Lages à Capital e que até hoje
está nas mãos da família. A construção Art Déco, muito comum no Sul do Brasil
até a metade do século 20, permanece com as características originais, ao lado
do Hotel Bar e Churrascaria Taquaras, edifício erguido em 1900 e restaurado há
poucos anos. (fonte: Tarcisio Mattos)
Depois de Taquaras nos perdemos várias vezes e só
depois descobrimos que fomos até Rancho de Tábuas – já em Angelina –, mas retornamos
para Rancho Queimado, subindo um morro imenso de cerca de 12 km – sim, para mim
foram no mínimo 12 km de subida. E foi esse engano que rendeu um vídeo hilário,
do Seu Fabricio achando que tínhamos chegado em Angelina, quando na verdade
ainda estávamos chegando em Rancho Queimado. Foi muito decepcionando para
todos, saber que ainda tínhamos que andar 13 km até o destino final.
Passamos pelo portal de Rancho Queimado e iniciamos
uma súbita, com destino a cidade destino, logo após essa subida, uma série de
descidas, por uma estrada de asfalto, onde atingíamos velocidades altas (minha
maior velocidade foi de 74,9km/h), mas foi em uma dessas descidas que a pior
parte do passeio aconteceu. O pneu da bicicleta da Pamela derrapou fazendo ela
cair e o tombo proporcionou uma das cenas mais terríveis de minha vida. Ela
caiu meio do asfalto quebrando a clavícula e assustando a todos. O tombo 1 km
antes de nossa chegada em Angelina, mudou nossos planos, mas ficamos
agradecidos por nada de pior ter acontecido.
Eu segui para o hospital com ela, enquanto os
meninos almoçaram e depois retornaram até Alfredo Wagner, em um pedal de 136 km
- eu e Pamela paramos em 80 km.
Apesar do susto pelo tombo, foi um pedal incrível que
certamente iremos repetir. Seguem fotos e mais alguns dados.
2 Comentários
Muito show! Melhoras a Pâmela.
ResponderExcluirParabéns!!! Muito bom!
ResponderExcluirAgora é epoerar o próximo!!