Gruta do Riozinho

Grande abrigo arenítico situado na localidade de Riozinho (mapa topográfico anexo). A cavidade recebe moradores da região, especialmente para atividades de cunho religioso, mas também recreativo, e sem fins lucrativos. Para tanto, foram realizadas algumas intervenções no ambiente, pelos próprios moradores: Existe trilha demarcada para acesso e no interior do abrigo foi instalada iluminação artificial acionada pelos próprios visitantes durante sua permanência na cavidade (não há guias). Também foi instalado um pequeno altar com imagem de Nossa Senhora Aparecida e um lucífero (local para queima de velas), além de sistema de captação de água para utilização no próprio local (balde, mangueiras e uma caixa d´água).

Intervenções no abrigo Gruta do Riozinho. Altar com imagem de Nossa Senhora Aparecida e caixa d´água (acima); detalhe das lâmpadas utilizadas e efeito da iluminação no interior do abrigo (abaixo).  
Há, logicamente, bom potencial turístico, já parcialmente aproveitado, em função das dimensões da cavidade, e das presenças de uma bela cachoeira e de espeleotemas calcários, incluindo estalactites e estalagmites ativas. A presença de espeleotemas calcários em cavernas areníticas parece ser uma característica da região, tendo sido observados em outras cavidades, embora não se trate de algo comum. Schoröder (2005) destaca que estudos mais detalhados podem indicar de que ponto das camadas rochosas está vindo o carbonato de cálcio que está originando os espeleotemas. 
Uma característica marcante é a presença de alargamentos nas paredes do abrigo, aparentemente artificiais e semelhantes às escavações feitas em cavernas de outras regiões do Brasil para extração de Salitre. Moradores locais, no entanto, afirmam que não têm conhecimento de tais atividades e que quando chegaram à região o abrigo já se encontrava desta forma. 
Um importante impacto em função da visitação à cavidade, mesmo que de forma esporádica e não comercial, é a quebra de espeleotemas. Wagner (2002, p. 63) afirma que, quando da sua primeira visita ao abrigo, em 1948, havia lindas estalactites e estalagmites e que atualmente restam poucas e quebradas.
 Durante a visita foi observado um pequeno grupo de morcegos carnívoros do gênero Chrotopterus, além de manchas de guano de morcegos hematófagos. A presença de morcegos no abrigo mostra que a visitação não é intensa a ponto de afugentá-los.

Cachoeira na entrada da gruta Abrigo do Riozinho (esquerda) e espeleotemas ativos, estalactites (acima) e estalagmites (abaixo).
Alargamentos nas paredes do abrigo (setas na imagem da esquerda) e grupo de morcegos Chrotopterus.


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