O Rio Itajaí do Sul
é um dos formadores do Itajaí-Açu, um dos mais importantes rios de Santa
Catarina. O rio Lajeado que nasce em Alfredo Wagner é um dos formadores e
principal nascente desse rio. O rio Itajaí do Sul recebe as águas do rio Adaga
e Caeté e entre outros menores,
incluindo o rio Jararaca. Os vales formados por esses rios são profundos e
sujeitos a enchentes vigorosas. Na maior parte do curso, os rios têm acentuado
declive e, por isso, suas águas descem com grande velocidade. (Em outros
trechos, o declive fica suave e dificulta um escoamento mais rápido.) Em
conseqüência, há vários pontos sujeitos a grandes enchentes ao longo do curso
do rio.
As enchentes são
devastadoras, principalmente para quem morava abaixo da junção dos rios
Jararaca e Itajaí do Sul, pois o volume de água e as correntezas ficavam mais
fortes e iam destruindo tudo.
A cada enchente, o
prejuízo era grande. Plantações eram destruídas, parcial ou totalmente,
estradas precisavam de reparos, mantimentos eram levados embora, cercas
arrastadas, animais morriam afogadas, galinheiros cheios de galinhas eram
carregados também, enfim, as enchentes causavam muita destruição e eram
frequentes.
Para tentar prevenir
e diminuir as perdas com as enchentes, foi instalada na propriedade de
Guilherme e Nelba Cunha uma estação pluviométrica. Havia um pluviômetro, um
anemômetro, uma régua de controle de altura das águas do rio e um telefone de
manivela, que ligava com Alfredo Wagner e, daí, com Florianópolis. A estação
funcionou até o início da década de 1960.
Poucos anos depois,
o Estado resolveu construir barragens de contenção nos três principais
formadores do Itajaí-Açu (do Sul, d´Oeste e Norte). A intenção foi a de
proteger as cidades de Ituporanga, Taió, Ibirama, Blumenau e todas as cidades
menores abaixo das barragens. As populações acima das barragens tiveram de
mudar-se. Foi assim que desapareceu o distrito de Arnópolis com cerca de uma
centena de moradores e outros vilarejos (como: Rio enganos e algumas
localidades do município de Ituporanga), alguns moradores ficaram isolados num
trecho que abrange alguns quilômetros acima da Barragem Sul.
A demolição das
casas, a extinção dos vilarejos, a descaracterização da paisagem, a perda dos
contatos, mudança do traçado das estradas, o abandono de lavouras, pomares e
todas as benfeitorias fizeram muitos se sentirem como sem pátria.
Assim, belo e
preservado era o rio Itajaí do Sul, nas imediações da Barra do Jararaca. Água
limpa e cristalina. Havia peixes em abundância. Era próprio para banho. Para
atravessar de uma margem para outra, e nos pontos mais fundos, usava-se a
canoa. À direita, percebe-se a estrada que levava aos moradores do lado direito
do rio. A passagem neste ponto era de carroça e a cavalo. Quando o rio estava
baixo, passava-se a pé. As margens do rio eram enfeitadas com grandes salseiros
verdes. A natureza era totalmente preservada.
1 Comentários
Parabéns Carol, este material está cada vez mais bacana!
ResponderExcluirEnvie também para o www.capitaldasnascentes.org.br
Abração!
Renato Rizzaro