Mas é uma Praga!


       
 Eu estava viajando já há algum tempo e a República Tcheca era meu último destino, finalmente eu estava chegando ao meu 30º país visitado e quando falei pra minha mãe que estava indo para Praga ela disse: “Tchecoslováquia” e caiu na gargalhada. 
Quanta maturidade!
Ela me contou a história de quando ouviu esse nome pela primeira vez em uma aula de geografia e a turma toda achou muito peculiar e caiu em um riso sem fim. Estamos falando de um tempo longínquo em que Alfredo Wagner não era ainda nem cortada pela BR282 e eles estavam estudando sobre o socialismo que ainda estava presente em boa parte da Europa. Pelo visto ela ainda acha graça no nome, mas lá se vão mais de 30 anos. O socialismo caiu e a Tchecoslováquia deixou de existir, dando lugar a República Tcheca e a Eslováquia, mas aparentemente o que não mudou foi a atração que Praga provoca nas pessoas.
Provavelmente isso se trata de regionalismo, mas para mim quando alguém te chama de praga ou solta uma frase tipo, “Mas tu és uma praga”, boa coisa não é de se esperar. Eu tinha a impressão de que praga era sempre uma coisa ruim, as pragas nas plantações, as sete pragas do Egito, até que conheci “a cidade das 100 cúpulas” de perto e mudei completamente de ideia.
A cidade pulsa, se move, é cheia de cultura, de esculturas, possui uma arquitetura que mistura o moderno e o clássico e uma história longa e interessantíssima. Aparentemente tirada de um cenário de conto de fadas, a capital da República Checa é bem real e aguarda a sua visita.
Como disse Franz Kafka, um de seus mais ilustres filhos, Praga “não nos deixa ir embora, esta velha tem garras”.
Cheguei em Praga, capital da República Tcheca no final de janeiro. Tinha o frio como maior companheiro da viagem, mas a cidade logo me aqueceu. Tenho a impressão que poderia passar meses por lá, sem me cansar e me encantando cada dia mais. Acho que nosso santo bateu e aparentemente a cidade vem batendo o santo com o dos visitantes desde a idade média, pois são de lá alguns dos primeiros registros de pessoas que caíram de amores pela cidade.
Sem dúvidas, ela não pode ficar fora do roteiro de ninguém que planeja uma viagem por essa parte leste da Europa. É difícil definir o que mais me atraiu na cidade, mas acho que foi uma mistura de tudo. O charme das ruas históricas, as esculturas que enchem as ruas de arte, tudo lá é tão vivido, que tem até tem um prédio dançante!
A ponte Carlo com suas dezenas de esculturas, o Castelo - maior do mundo -, o antigo cemitério judaico, o relógio astronômico, os palácios, torres, igrejas, sinagogas, as cúpulas que hoje já são bem mais de 500 e Kafka, espalhado por todos os lugares. Há pelo menos três monumentos dedicados ao autor, mas o mais curioso deles é um busto de 11 metros composto de 42 camadas que se movem. Desta forma, pode ver o rosto do Kafka em várias posições. Para mim se permitem o trocadilho, é a perfeita metamorfose. 
Praga é para todos os gostos. E daqui para a frente, quando me chamarem de Praga, tomarei como um elogio!

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